A ESPERANÇA



A ESPERANÇA
João Nunes Ventura

Trago no matulão guardado
A poeira da estrada,
A lembrança de minha amada
E a saudade do meu sertão,
E a velha baraúna
Era a sombra da fortuna
Do meu querido chão.

Lembro-me daquele coreto
Ao som do clarinete
Que meu pai tocava,
Na banda da cidade
Em minha pouca idade
Onde eu brincava.

Vem minha linda flor
Ornamentar meu amor
Faz raiar um novo dia,
Vem com o mel do sabor
Da pele que tua cor
Me fascina de alegria.

Meu olhar na natureza
Vislumbra tanta beleza
Na manhã que se alcança,
Moça brejeira bonita
Cabocla teu peito agita,
Um coração que palpita
Num mundo de esperança.

 Muito obrigada pelo envio dessa linda poesia. Sinto-me privilegiada por ser merecedora de sua confiança, além de sentir-me igualmente feliz por receber, em primeira mão, as emoções do poeta conterrâneo que canta sua terra, sua gente, suas belezas naturais e , por ser do mesmo torrão natal, me faz lembrar de um passado tão distante, cujas lembranças são também as minhas. Parabéns, poeta, que a sua inspiração seja fonte inesgotável, e como consequência nos tragas poemas que, se no seu bojo resgatam sentimentos saudosos dos nossos tempos, no seu título, nos convidam a ter esperança em um futuro melhor. Você se lembrou do coreto da Pracinha, que certamente não era esse, no entanto, para quem vivenciou outros tempos, vai buscar o anterior no baú de suas memórias. Com esse poema você sossegou o espírito do nosso rei do Baião, que cobra lembranças do Coreto da Pracinha nessa belíssima música:



4 comentários:

João Nunes Ventura Says:
9 de agosto de 2012 às 07:12

É com imensa alegria, que encontro uma poesia,
nascida do meu coração, nas páginas do Afinando a Viola, e aqui deixo registrado minha gratidão
e todo meu carinho a minha grande amiga, que nos seus elogios me deixa envaidecido e cheio de incentivos para continuar a meu trabalho que me deixa tão prazeroso. É Lusa Piancó, já perdi
a contagem de quantas vezes lhe agradeci, mas tudo isso é pouco, diante de tudo que você faz,
para mim e para todos seus amigos, Deus lhe deu
muita inteligência, e você nos conduz ao caminho da sabedoria, que me perdoem todos os meus amigos, mas eu não seria o mesmo, sem o seu acompanhamento, naquilo que mais eu gosto e amo que é a poesia, Abraços.

Lusa Vilar Says:
9 de agosto de 2012 às 12:44

Meu amigo João Ventura, nada tem a me agradecer. Acompanhar o seu trabalho faz parte do meu jeito de ser, sou uma apaixonada pela poesia e sempre nutri pelos poetas uma admiração profunda.
Além do mais, sou também igualmente apaixonada pela terra onde nasci, guardo no meu coração muitas lembranças da minha infância e adolescência,onde, em companhia dos meus pais e irmãos, fui muito feliz. Seus poemas trazem de volta memórias inapagáveis e ao resgatá-las você me devolve a fantasia de fazer o tempo voltar.
Eu que agradeço a felicidade de reencontrar o amigo, que agora se revela como um grande poeta. Parabéns!

Maria Muniz Santos Says:
28 de agosto de 2012 às 18:07

Sinto-me também muito agradecida a Deus,em primeiro lugar, por ter conhecido pessoas tão cultas e com conhecimentos amplos, como Lusa Piancó e João Nunes. Não sei fazer poesia, mas sei apreciar essa obra que vcs dois escrevem. Ela fala direto ao meu coração. Sou também Nordestina e sinto as mesmas saudades. Ao poeta João, registro aqui meus sinceros parabéns. E vc Lusa, mulher culta, digna de minha admiração. Continuo aprendendo muito com vcs. Um grande e forte abraço aos dois.

Lusa Vilar Says:
28 de agosto de 2012 às 22:54

Obrigada, minha amiga Maria Muniz, pela sua visita e pelas suas amáveis palavras. Volte sempre, é um enorme prazer tê-la sempre participando das homenagens que faço aos poetas da nossa terra. Beijos

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