A ESPERANÇA



A ESPERANÇA
João Nunes Ventura

Trago no matulão guardado
A poeira da estrada,
A lembrança de minha amada
E a saudade do meu sertão,
E a velha baraúna
Era a sombra da fortuna
Do meu querido chão.

Lembro-me daquele coreto
Ao som do clarinete
Que meu pai tocava,
Na banda da cidade
Em minha pouca idade
Onde eu brincava.

Vem minha linda flor
Ornamentar meu amor
Faz raiar um novo dia,
Vem com o mel do sabor
Da pele que tua cor
Me fascina de alegria.

Meu olhar na natureza
Vislumbra tanta beleza
Na manhã que se alcança,
Moça brejeira bonita
Cabocla teu peito agita,
Um coração que palpita
Num mundo de esperança.

 Muito obrigada pelo envio dessa linda poesia. Sinto-me privilegiada por ser merecedora de sua confiança, além de sentir-me igualmente feliz por receber, em primeira mão, as emoções do poeta conterrâneo que canta sua terra, sua gente, suas belezas naturais e , por ser do mesmo torrão natal, me faz lembrar de um passado tão distante, cujas lembranças são também as minhas. Parabéns, poeta, que a sua inspiração seja fonte inesgotável, e como consequência nos tragas poemas que, se no seu bojo resgatam sentimentos saudosos dos nossos tempos, no seu título, nos convidam a ter esperança em um futuro melhor. Você se lembrou do coreto da Pracinha, que certamente não era esse, no entanto, para quem vivenciou outros tempos, vai buscar o anterior no baú de suas memórias. Com esse poema você sossegou o espírito do nosso rei do Baião, que cobra lembranças do Coreto da Pracinha nessa belíssima música: